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Do ponto de vista teórico, modelos inomogêneos são frequentemente considerados na literatura, e a hipótese de que representariam um arcabouço mais preciso para a descrição dos eventos cosmológicos, em contrapartida aos espaços-tempos FLRW, é bastante discutida. Neste trabalho, consideraremos uma subclasse específica desses, que é aquela onde a expansão do universo pode ser considerada homogênea e isotrópica sem mesmo ser do tipo FLRW. Isto nos leva a EDP’s que resolveremos numéricamente para obter informação sobre a distribuição de matéria no universo. Eles são bastantes gerais para examinarmos as não-linearidades na evolução das inomogeneidades aí presentes e, ao mesmo tempo, suficientemente específicos para que as dificuldades técnicas subjacentes possam ser tratáveis e inteligíveis. Além disto, com as premissas supracitadas, não nos afastamos demasiadamente do princípio cosmológico. Uma das ideias centrais neste trabalho é desenvolver o conceito de que o universo, em larga escala, seja descrito por um modelo que, após tomarmos médias, se comporta como um "FLRW efetivo". As bases para isso mostran que certos espaços-tempos intrinsecamente homogêneos e isotrópicos proporcionam uma estrutura natural onde aplicar essas médias, e consequentemente fundamentar o problema de "averaging" em cosmologia. Assim, torna-se natural entender essa estrutura emergente com base em ideias de uma cosmologia onde o espaço é dividido em um reticulado formado por regiões idênticas, algo que tem aparecido na literatura desde a década de 1950 com o trabalho seminal de Lindquist e Wheeler, e continuado em linhas como a chamada "Archipelagian Cosmology", "black hole lattice spacetimes" e outros. Com isto, podemos facilmente contruir modelos efetivos do tipo LCDM, sendo o modelo padrão da Cosmologia emergente de um contexto inomogêneo